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COMO SE FORA UM CONTO, é o título de pequenos contos que ao longo do tempo fui escrevendo.
Na sua maioria foram já publicados em jornais e em blogues.
Alguns são inéditos.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A EPOPEIA DAS FRANCESINHAS NAS INVASÕES FRANCESAS

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COMO SE FORA UM CONTO
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I
Vivia-se no ano da graça de 1809 e o mês de Junho.
Soult, General e mais tarde Marechal, regressava a casa triste, acabrunhado e abalado com a derrota. A bem da verdade não tinham sido os Portugueses a vencê-lo, tinham sido os Ingleses, mas isso era ainda uma desonra maior. Perdera fama, prestígio e muita gente nesta campanha. E só fora ‘dono’ da cidade pouco mais de dois meses. E, diga-se, de uma cidade destroçada pela recente tragédia da Ponte das Barcas, de que só ele tinha sido o responsável. Tinha sido muito pouco tempo para que a cidade lhe tivesse perdoado ou pelo menos passado a ignorar a sua responsabilidade de invasor. Só tinha podido andar pela cidade nas alturas em que estivesse escoltado pelos seus mais próximos guardas pessoais.
Era de noite e o General tinha fome.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

VÍGAROS QUE MERECIAM SER PRESOS

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COMO SE FORA UM CONTO
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Quem nos disse que já sabia o que nos ia acontecer? Todos e mais os outros!
Há muitos meses, anos até, que se ouve nas ruas, nas mesas de café, com vozes baixas e medrosas mas também em frases inflamadas e ditas bem alto, a revolta surda das gentes anónimas. E no entanto… !
Em nenhum momento o povo Português teve qualquer tipo de dúvida (excepto os mandantes deste pobre País e também os que querem vir a sê-lo, mas esses não pertencem ao povo) de que a Justiça em Portugal não funciona nem funcionará tão cedo, de que ninguém irá para a cadeia no famoso caso Casa Pia, da mesma forma que as dúvidas não existem sobre o mesmo desfecho em qualquer dos grandes casos de Justiça que ainda hoje correm nas barras dos tribunais.